domingo, 22 de novembro de 2009

Feed- me!

Durante muito tempo, ler o jornal era sinônimo de tirar as pantufas, sair do sofá, e ir até a banca, comprar o jornal. Qual escolher? Bom, quem sabe uma bonita capa ou uma boa manchete poderiam convencer o leitor. Depois, veio a opção da assinatura. Por que não receber o jornal na caixa de correspondência e – de preferência ainda com as pantufas – saborear as notícias do dia durante o café da manhã. O leitor tinha a opção de assinar tantos veículos quanto quisesse, mas é claro que a maioria acabava optando por aquele com o qual mais de identificava, deixando de lado as notícias publicadas pelo concorrente.

Mas esses eram outros tempos. Uma época em que não se pensava na Internet. Com a chegada da Web a forma de ver – e ler – a notícia mudou. Cada vez mais a briga pelos leitores é mais acirrada e, sendo assim, dar a notícia primeiro faz toda a diferença. O grande problema é que com um número cada vez maior de blogs, sites e portais era humanamente impossível para os leitores acompanhar todo esse fluxo de postagens ainda que optassem por uma área específica, como saúde ou esporte.

Por isso, não é de se estranhar que, num mundo onde o desejo de que as notícias cheguem cada vez mais rápido é cada vez maior, tenham surgido os feeds. O termo feed, que vem do inglês alimentar, representa um formato de dados frequentemente adotado por sites de notícias, blogs, e distribuidores de informação em geral. Ele é uma espécie de link na qual o usuário pode se inscrever para ficar sabendo sobre atualizações postadas.O Feed muda totalmente a forma de recebimento da notícia já que a partir dele não é mais o usuário que fica correndo atrás da notícia e sim ela que chega até o leitor por meio de programas agregadores. Cabe ao usuário decidir o que quer ler.

 Para ter acesso a um feed, é preciso assiná-lo e ter um leitor, ou agregador, que nada mais é do que um programa que reúne as informações dos diferentes feeds escolhidos pelos próprios usuários para verificar a existência de novas atualizações. Entre os diferentes agregadores disponíveis – boa parte deles de forma gratuita – existem alguns que precisam ser baixados no computador, como o FeedReader, e outros que ficam disponíveis online, como o GoogleReader.

Os dois agregadores de notícias não têm só semelhanças entre si, e conhecer suas características pode fazer toda a diferença na hora de escolher qual adotar. Para os usuários que, como eu, nunca haviam experimentado um ou outro, um teste como o proposto pelo curso de Jornalismo 2.0 do Knight Center ajuda bastante. A proposta foi usar durante três dias o GoogleReader e outro agregador, com um mesmo mecanismo de atualização automática e simultânea das informações chamada Really Simple Syndication ( RSS).

RSS X GoogleReader _ A Diferença entre os dois agregadores já começa na hora do primeiro uso. Para ter acesso ao GoogleReader, basta criar uma conta gratuita, já que o programa funciona como uma página pessoal na Web e pode ser consultado de qualquer computador. Já o FeedReader exige instalação. Até aí tudo bem, porque a última versão do programa tem pouco mais de 5MB e não pesa quase nada no computador e porque é possível fazer download sem pagar nada. O problema é que os feeds só ficam disponíveis no computador no qual foram instalados e aí, a Internet móvel perde uma de suas principais funções. Quando eu estiver em uma viagem, como não disponho de um notebook, ficarei sem meu sistema de acompanhamento das notícias. Nisso, o GoogleReader está muito à frente do FeedReader.

Mas o FeedReader tem lá as suas vantagens e uma das principais é a velocidade e na Web isso conta muitos pontos. Para explicar isso é preciso dizer que resolvi adotar nos dois agregadores a mesma página, a zerohora.com, versão online do principal jornal do Rio Grande do Sul. Entre os três dias de uso, houve casos em que o aviso sobre a atualização das notícias chegou até meia hora antes no FeedReader. Um exemplo disso, foi a declaração do jogador Souza, do Grêmio, de que “Não tem essa de jogar para prejudicar o rival”. Logo após o meu time – que por sinal é o mesmo em que ele joga – ganhar de 2 a 0 do Palmeiras. No FeedReader eu fiquei sabendo da informação à 0h10min, mesmo horário em que foi publicada na Zero Hora. Já no Google Reader, a informação só chegou à 0h24min.

A velocidade quase estava me tornando uma grande fã do FeedReader quando surgiu a minha principal decepção com o programa: pelo menos na versão que estou usando, as notícias só baixam quando o computador está ligado e o programa aberto. Quando o programa está off-line, as notícias se perdem. No dia 19, em função disso, chegaram no meu GoogleReader 161 notícias, enquanto o FeedReader, mesmo após a atualização, só me ofereceu 18. Aí veio a decepção total.
Fora essas questões de atualização, baixamento e velocidade, os dois programas são bem parecidos. O GoogleReader ainda leva uma pequena vantagem, no meu entendimento, em relação a facilidades como a interação com blogs e a possibilidade de criar pastas de assuntos como saúde, resolvendo aquele velho problema de como acompanhar tudo o que surge sobre assuntos específicos, como saúde ou esporte. Com certeza, quem não usa o sistema de feeds e adotar um dos dois não vai se decepcionar. Eles tornam bem mais fácil a vida de quem precisa estar atento ao fluxo de notícias. Agora, posso monitorar o que a concorrência do site de notícias para o qual trabalho publica assim que elas chegam a Web, sem ficar acessando um a um os sites, o que demandava muito mais tempo.


Na tabela abaixo, fiz algumas comparações entre os dois sistemas:


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